Com a recente elevação da projeção do PIB brasileiro para 2,8% em 2024, o Banco Mundial sinaliza um cenário de crescimento econômico positivo. Entretanto, esse otimismo vem acompanhado de uma preocupação significativa com a trajetória da dívida pública, que atualmente está em cerca de R$7,035 trilhões, segundo dados de agosto de 2024.
Para empresários, essa combinação de crescimento e alta dívida pública representa tanto oportunidades quanto desafios que exigem cautela e planejamento.
Embora o crescimento do PIB sugira um ambiente mais favorável para novos negócios e expansão de mercado, a dívida pública elevada pode limitar o espaço para investimentos governamentais no longo prazo.
Esse contexto pode forçar o governo a adotar medidas fiscais mais restritivas, o que impactaria diretamente o custo do crédito e o acesso a financiamentos, especialmente se o Banco Central decidir ajustar as taxas de juros para controlar a inflação e a dívida.
O cenário atual de volatilidade nas taxas de juros é, de fato, um ponto crítico para empresários. Com a dívida pública em patamares elevados, existe o risco de que a percepção de maior risco fiscal pressione o Banco Central a manter ou elevar os juros, o que aumentaria os custos de financiamento para as empresas.
Para aquelas que dependem de crédito, isso significa a necessidade de um planejamento estratégico robusto para lidar com possíveis oscilações, com uma margem de segurança maior para lidar com esses custos adicionais.
Outro fator que merece atenção é o impacto da dívida pública sobre o apetite por investimentos de longo prazo. A percepção de riscos fiscais elevados pode reduzir a confiança dos investidores, tanto estrangeiros quanto locais, especialmente em setores como infraestrutura, que exigem estabilidade e previsibilidade.
Quando os investidores percebem mais riscos, eles pedem retornos maiores para investir. Isso aumenta o custo de conseguir recursos e pode tornar projetos de longo prazo mais caros e difíceis de realizar.
Para enfrentar esse cenário, empresários devem adotar uma postura prudente. Além de diversificar investimentos, é essencial acompanhar de perto as políticas fiscais e monetárias.
Outra estratégia útil é optar por financiamentos de longo prazo com taxas prefixadas, que oferecem maior previsibilidade e são menos vulneráveis a variações abruptas na taxa de juros.
Adotar uma visão ampla e preparar-se para diferentes cenários econômicos são passos essenciais para equilibrar os riscos e oportunidades oferecidas pelo crescimento econômico.
Em resumo, embora a projeção de crescimento do PIB em 2024 seja promissora, é fundamental que empresários mantenham o foco na sustentabilidade fiscal.
Aproveitar as oportunidades de um mercado em expansão requer planejamento cuidadoso e a capacidade de adaptação a um cenário econômico onde a dívida pública será um fator determinante.
por
Patrick G. Mercer
OAB/SC 54.051A
e-mail: patrickmercer01@gmail.com